O peso emocional da jornada médica
A formação em Medicina é reconhecida como uma das mais exigentes do ponto de vista intelectual, físico e, sobretudo, emocional. Desde os primeiros anos da graduação até a residência médica e os primeiros plantões como profissional, o estudante é exposto a cargas intensas de responsabilidade, competitividade e contato precoce com dor, sofrimento e morte. Em meio a tudo isso, muitas vezes, a saúde emocional é negligenciada. Segundo o médico radiologista Dr. Gustavo Khattar de Godoy — especialista em radiologia torácica e teleradiologia, com doutorado em Clínica Médica pela UNICAMP e pós-doutorado pelo Johns Hopkins Hospital —, o bem-estar mental dos futuros médicos precisa ser tratado como um pilar essencial da formação.
“Cuidar de quem cuida” não é apenas um gesto de empatia, mas uma estratégia para formar profissionais mais humanos, equilibrados e eficazes.
Os desafios emocionais do estudante de Medicina
Estudos apontam taxas elevadas de ansiedade, depressão, esgotamento (burnout) e ideação suicida entre estudantes de Medicina. A cobrança por excelência, o medo de falhar, a competitividade interna e a convivência com realidades clínicas difíceis podem gerar um estado de estresse crônico. Ao longo do tempo, esse desgaste compromete o desempenho acadêmico, os relacionamentos interpessoais e até a escolha da especialidade.

De acordo com o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, que também atua em gestão médica e formação de equipes, a pressão por perfeição e a cultura do heroísmo ainda são obstáculos na construção de uma formação mais saudável. Muitos estudantes aprendem a negligenciar suas próprias necessidades emocionais em nome de um ideal de médico incansável, sempre pronto, mas frequentemente exausto.
Saúde emocional como competência profissional
Promover a saúde mental do estudante de Medicina não é apenas uma questão de assistência, mas de formação ética e profissional. Médicos emocionalmente equilibrados têm maior capacidade de escuta, empatia e tomada de decisão sob pressão. Eles também se tornam mais resilientes e preparados para lidar com os desafios inevitáveis da prática médica — como erros, perdas e frustrações clínicas.
Dr. Gustavo Khattar de Godoy destaca que a inteligência emocional deve ser considerada uma competência tão importante quanto o conhecimento técnico. Instituições de ensino que valorizam essa dimensão da formação contribuem para a construção de uma medicina mais humanizada e sustentável.
Estratégias para fortalecer o bem-estar na graduação
Felizmente, algumas escolas médicas vêm adotando políticas mais estruturadas para o cuidado com a saúde emocional dos alunos. Entre as iniciativas que mostram bons resultados, destacam-se:
- Programas de escuta psicológica e acompanhamento psicoterapêutico gratuito;
- Mentorias acadêmicas com orientação humanizada e diálogo aberto sobre dificuldades emocionais;
- Atividades extracurriculares voltadas ao autoconhecimento, como meditação, arte, grupos de apoio e rodas de conversa;
- Espaços para discutir erros médicos, luto e dilemas éticos sem julgamentos;
- Currículos que incluam educação emocional, bioética e habilidades de comunicação desde o primeiro ano.
Segundo o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, iniciativas como essas não enfraquecem a formação médica — ao contrário, a fortalecem. Elas ajudam a formar profissionais mais preparados para cuidar do outro sem adoecer a si mesmos.
Conclusão: cuidar da mente é parte da vocação médica
A medicina é, por essência, uma profissão humana. E para cuidar bem do outro, o médico precisa, antes de tudo, estar inteiro. A saúde emocional não pode ser um tema periférico na formação médica, mas sim um eixo transversal, presente em todas as fases do aprendizado.
Com formação nacional e internacional, o Dr. Gustavo Khattar de Godoy representa uma geração de médicos que compreende a importância de unir ciência, técnica e equilíbrio emocional. O futuro da medicina passa, necessariamente, por profissionais saudáveis — e isso começa com ambientes de formação mais acolhedores, conscientes e comprometidos com a saúde integral de seus estudantes.
Autor: Astolpho Frederick Gabão