A seca no Acre atingiu níveis alarmantes no mês de junho, tornando-se o estado com o maior percentual de área afetada por estiagem em toda a Região Norte. A situação preocupa autoridades e especialistas, pois a seca no Acre compromete o abastecimento de água, a produção agrícola, a saúde pública e até mesmo a biodiversidade local. O clima árido, incomum em uma região conhecida por suas florestas e rios, escancara os efeitos cada vez mais intensos das mudanças climáticas sobre a Amazônia.
Segundo dados do Monitor de Secas, a seca no Acre afetou 100% do território estadual em algum nível de intensidade, o que significa que nenhuma região do estado escapou da estiagem. A seca no Acre não é um fenômeno isolado: vem se repetindo e se agravando ano após ano, tornando-se cada vez mais precoce e prolongada. Essa constância representa um alerta vermelho para políticas públicas de mitigação e adaptação às novas realidades climáticas da região.
A situação da seca no Acre impacta diretamente a vida de milhares de famílias, especialmente nas zonas rurais, onde a dependência da agricultura de subsistência e da pecuária é mais intensa. A escassez de chuvas afeta o solo, a produção e a renda, fazendo com que muitos moradores enfrentem dificuldades severas. A seca no Acre impõe também limites à pesca, ao transporte fluvial e à oferta de água potável, colocando comunidades inteiras em situação de vulnerabilidade.
Os municípios do Acre, sem exceção, foram atingidos pela seca, ainda que em graus variados de severidade. Em cidades como Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, a seca no Acre alterou a paisagem dos rios, reduziu drasticamente os níveis dos mananciais e aumentou a ocorrência de queimadas. A combinação entre calor extremo, baixa umidade e vegetação seca cria um cenário ideal para incêndios florestais, agravando ainda mais o drama ambiental.
A seca no Acre também revela o quanto o estado precisa de investimentos estruturantes em gestão de recursos hídricos, monitoramento climático e estratégias de conservação ambiental. É urgente que os governos estaduais e federal atuem de maneira coordenada para evitar que a seca no Acre se transforme em uma calamidade permanente. A adoção de tecnologias, o reflorestamento e o incentivo à agricultura resiliente são caminhos possíveis para lidar com o problema.
Outro aspecto preocupante da seca no Acre é seu impacto sobre a saúde pública. Com menos água disponível, aumentam os riscos de doenças de veiculação hídrica e de surtos de dengue, zika e chikungunya, já que os reservatórios improvisados podem se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti. A seca no Acre, portanto, não é apenas uma questão ambiental, mas de saúde e segurança pública.
Pesquisadores apontam que a seca no Acre está ligada a alterações no regime de chuvas e à intensificação dos eventos extremos, como o El Niño. O desmatamento também agrava o cenário, pois reduz a umidade da floresta e altera os chamados rios voadores — massas de ar carregadas de vapor d’água que alimentam as chuvas na Amazônia. A seca no Acre é, assim, um reflexo direto do desequilíbrio ecológico promovido pela ação humana.
Diante do avanço da seca no Acre, a população clama por ações concretas e duradouras. É preciso que o drama vivido pelos acreanos sirva de exemplo para outros estados amazônicos e para o país como um todo. A seca no Acre não pode ser tratada como um evento passageiro, mas como um sintoma crônico de uma crise ambiental profunda que exige respostas imediatas e firmes.
Autor: Astolpho Frederick Gabão