Norte e Nordeste concentram 87% das candidaturas negras que disputarão as prefeituras das 26 capitais

Astolpho Frederick Gabão
Astolpho Frederick Gabão

Nas eleições municipais de 2024, o cenário das candidaturas às prefeituras das 26 capitais brasileiras revela uma significativa concentração de candidatos negros nas regiões Norte e Nordeste. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 191 candidatos, apenas 79, ou 42%, se identificam como pretos e pardos, conforme a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As regiões Norte e Nordeste destacam-se por abrigar 87% das candidaturas negras. No Norte, dos 44 candidatos, 29, ou 67%, são pretos ou pardos. Já no Nordeste, 36 dos 66 candidatos, ou 55%, se identificam como negros. Esses números contrastam fortemente com outras regiões do país.

No Sul, a representatividade negra é ainda mais baixa. Apenas 9% dos 27 candidatos nas três capitais sulistas se identificam como pardos. Entre eles estão Samuel Mattos (PSTU), Carlos Alan (PRTB) e Bruno Dias (PCO), que concorrem em Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis, respectivamente.

A região Sudeste também apresenta uma baixa proporção de candidaturas negras. Das 35 candidaturas, apenas seis, ou 17%, são de candidatos negros. Além disso, há 23 candidatos brancos e um indígena, Capitão Assumção (PL), que é o único representante dos povos originários concorrendo a uma capital.

São Paulo se destaca negativamente por ser a única capital sem candidatos negros, com 10 candidaturas brancas disputando a prefeitura. Em contraste, Belo Horizonte tem quatro candidaturas negras, incluindo Wanderson Rocha (PSTU) e Indira Xavier (UP), que se identificam como pretos, e Carlos Viana (Podemos) e Lourdes Francisco (PCO), que se declaram pardos.

No Centro-Oeste, a situação é um pouco melhor, com 26% das 19 candidaturas sendo negras. Em Cuiabá, Eduardo Botelho (UB) é o candidato pardo, enquanto em Campo Grande, Jorge Batista (UP) se identifica como preto, e Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (UB) como pardos.

Esses dados evidenciam a desigualdade racial nas candidaturas às prefeituras das capitais brasileiras, destacando a necessidade de maior representatividade e inclusão nas eleições. A concentração de candidaturas negras no Norte e Nordeste contrasta com a baixa presença em outras regiões, especialmente no Sul e Sudeste.

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