A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) declarou uma situação crítica de escassez de recursos hídricos no rio Madeira, com vigência até 30 de novembro. A medida visa enfrentar a severa estiagem que afeta a região Norte do Brasil, impactando diretamente as usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio.
A usina de Santo Antônio, uma das maiores do país, corre o risco de ser paralisada devido à baixa vazão de água e à falta de chuvas. Segundo Patrick Thadeu Thomas, superintendente adjunto da ANA, os níveis de água observados estão abaixo do histórico, com tendência de piora.
Além do rio Madeira, os rios Purus, Acre e Iaco também foram classificados em situação crítica. Esses rios são essenciais para a navegação e abastecimento público nas regiões do Acre e Amazonas, e a escassez hídrica pode comprometer essas atividades.
A declaração de escassez hídrica pela ANA permite a implementação de regras especiais para o uso da água e a operação dos reservatórios. Também possibilita o aumento das tarifas de distribuição de água, para cobrir os custos adicionais enfrentados pelas empresas de saneamento.
A seca severa prevista para este ano é comparável à do ano passado, quando a região enfrentou a pior estiagem da história. Em 2023, a falta de chuvas já havia levado a ANA a declarar situação crítica no rio Madeira, afetando a geração de energia nas hidrelétricas.
A decisão da ANA também sinaliza a necessidade de medidas adicionais por parte de outros agentes públicos para garantir a navegabilidade dos rios e adotar mecanismos de contingência. Em 2023, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou a dragagem do rio Madeira para melhorar o transporte de cargas.
A situação crítica no rio Madeira destaca a importância de um monitoramento hidrológico intensivo e a necessidade de ações coordenadas entre diferentes setores para mitigar os impactos da escassez hídrica. A ANA continuará a acompanhar a situação e a propor medidas de prevenção e mitigação.
A crise hídrica no Norte do Brasil é um alerta para a necessidade de políticas públicas eficazes e sustentáveis na gestão dos recursos hídricos, visando garantir o abastecimento e a geração de energia, essenciais para a população e a economia da região.